15ª Conferência Nacional de Saúde teve representação significativa de farmacêuticos

A 15ª Conferência Nacional de Saúde ocorreu de 1º a 4/12 em Brasília e contou com a participação significativa da profissão farmacêutica. Os eventos tiveram lugar  no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e contaram com grupos de trabalho, que se reuniram previamente em esferas: municipais, regionais e estaduais.  O tema Saúde Pública de Qualidade para Cuidar bem das Pessoas: Direito do Povo Brasileiro foi uma forma que  o movimento social encontrou de pautar a conjuntura política na conferência que visou encontrar e construir formas de fortalecer o SUS.

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Muitos grupos de trabalho foram coordenados por farmacêuticos. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) enviou como representantes a delegada do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Lorena Baia, que é presidente do Sinfargo; o farmacêutico e ex-presidente do CNS, Francisco Batista Júnior, e convidados como o vice-presidente, Valmir de Santi, o coordenador técnico-cientifico, José Luis Maldonado, a Conselheira Federal de Farmácia pelo estado do Acre, Rossana Freitas, e o presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), Alexandre Corrêa. O Sinfargo contou com a delegada Karla Roldão e com o diretor Fábio Basílio, que é vice-presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar).

Lorena Baia, que coordenou o GT “Valorização do trabalho e formação em saúde”, descobriu na 15ª Conferência  que era a portadora do número de inscrição 0001. Segundo a líder classista,  a 15ª Conferência foi um marco para a profissão. “Nós trabalhamos, ao longo desse ano, nos municípios, nos estados, preparando os farmacêuticos, para que a gente chegasse  na etapa nacional com as propostas que fortalecessem a inserção do farmacêutico no Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso do usuário aos medicamentos e à assistência farmacêutica”.

Lorena Baía coordena grupo de trabalho

Lorena Baía coordena grupo de trabalho

As propostas defendidas pelos farmacêuticos incluem a criação de uma carreira única de Estado para todos os trabalhadores da saúde; a garantia do concurso público como meio de acesso dos trabalhadores da saúde ao SUS e a inserção da Assistência Farmacêutica em todos os níveis de atenção à saúde. “Também defendemos uma pauta conjunta com os trabalhadores da saúde, como a valorização da equipe multiprofissional, e a questão de se posicionar de forma contrária à terceirização do SUS, com a precarização dos vínculos de trabalho. É uma luta que a gente veio construindo por meio do CFF e da Federação Nacional dos Farmacêuticos, com os farmacêuticos de todo o país. E hoje a gente traz essas propostas para que elas sejam executadas nos próximos quatro anos nos serviços de saúde”, enfatiza Lorena Baia.

Já para Francisco Batista Júnior, o SUS precisa ser repensado em sua estrutura. “Estamos chegando ao ponto de estrangulamento. Esse estrangulamento não se dá apenas pela falta de financiamento. Na minha avaliação, o grande problema que o SUS está enfrentando é o modelo equivocado. É um modelo totalmente especializado, que não prioriza, como deveria, a atenção básica, a prevenção de doença e a promoção da saúde. Do ponto de vista da força de trabalho, é um sistema precarizado e centrado em um único âmbito de categoria profissional, que é o médico. Precisamos entender que o sistema é inviável e começar a propor e a tomar medidas que, de uma vez por todas, mudem essas estruturas”, pontua.

Farmacêuticos goianos

Farmacêuticos goianos

O farmacêutico Dalmare Anderson Bezerra de Oliveira Sá, da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), coordenou a mesa de debate sobre o emprego de ciência, tecnologia e inovação no SUS. Representando os usuários do Sistema, Dalmare teve a oportunidade de intermediar as visões do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha, e do professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Norberto Rech. “Há um protagonismo de farmacêuticos dentro desse movimento. A marcha foi extremamente positiva e participativa. Essa conferência tem papel central no desenvolvimento soberano do nosso país. É um espaço político importante para o nosso povo, regido pelo controle social. A democracia se faz por representação e nós estamos aqui fazendo isso pelo povo, buscando mudanças sociais, reformas democráticas, para que o país avance e consiga transformar o SUS”, afirmou Dalmare.

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A 15ª CNS foi uma etapa central de um processo que mobilizou em 2015 mais de 1 milhão de brasileiros em todo o País.A presidenta do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro de Souza explicou que foram realizadas 5 mil conferências municipais desde abril. Dezessete Estados mobilizaram 100% de seus municípios em torno dos oito eixos temáticos da conferência, com discussões que resultaram em mais de mil propostas levadas ao fórum central de debates.

 

Fonte:Comunicação CFF e Sinfargo

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