Farmacêutica luta por melhorias no SUS

“Trabalhar na área da saúde pública no Brasil é um desafio e é preciso muita dedicação e paixão.” Essa é a receita da Tatyana Xavier, de 32 anos, para oferecer mais qualidade de vida aos pacientes diante da falta de investimentos e a situação precária dos serviços.

Tayana se formou na Universidade Federal de Goiás (UFG), onde também conseguiu o primeiro emprego como farmacêutica, na sessão de bioquímica do Centro de Análises Clínicas Rômulo Rocha. Foi farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, por apenas seis meses, pois passou no concurso da UFG, onde atuou por 4 anos na Farmácia Universitária. Desde 2014 é farmacêutica no Hospital das Clínicas. Desde quando estava no ginásio já pensava em seguir carreira na área da saúde.

A escolha pelo curso de Farmácia surgiu pela curiosidade e interesse em assuntos de genética. “Durante o 2º grau eu gostava muito de genética. Na época discutia-se muito sobre o assunto pois tinham acabado de clonar a ovelha Dolly”, conta ela que se especializou em Farmacologia Clínica, e fez Mestrado e Doutorado em Ciências da Saúde. Atualmente trabalha também como professora do Curso de Especialização em Segurança do Paciente para Profissionais das Redes de Urgência e Emergência da Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/Fiocruz. Ela também ministra aulas em cursos de pós-graduação nas áreas de farmácia clínica e farmácia hospitalar. “O que mais gosto é poder conciliar as atividades de farmacêutica e educadora. No Hospital além das atividades técnicas sou preceptora e docente da Residência Multiprofissional em Saúde, e tenho oportunidade de auxiliar na formação de nossos residentes. Além disso ainda atuo como docente nos cursos de especialização, onde as minhas experiências práticas no hospital enriquecem o conteúdo teórico ministrado”.

Tatyana trabalha como farmacêutica desde 2008 e há oito anos vem desenvolvendo um trabalho junto ao Sistema Único de Saúde – SUS. Para ela o mais importante é fazer a diferença para o paciente do SUS, que não tem condições financeiras e precisa de tratamento de qualidade e também de orientações. “A desconstrução do Sistema Único de Saúde é para mim a maior dificuldade. Eu acredito no SUS e escolhi trabalhar no sistema público por acreditar nisso”, afirma.

A educadora também ressalta que a falta de reconhecimento do papel do farmacêutico pela sociedade é um desafio a ser enfrentado. “Mais do que legislações que proíbam a comercialização de medicamentos em estabelecimentos que não sejam farmácias, e leis que obriguem a presença do farmacêutico para comercialização de medicamentos, precisamos que o farmacêutico seja reconhecido pela sociedade. Quando a sociedade tiver consciência de que o uso indiscriminado de medicamentos é perigoso e potencialmente maléfico e que o farmacêutico é um profissional de saúde responsável por promover o uso correto do medicamento, essas leis terão importância secundária. Para tanto nós farmacêuticos precisamos trabalhar muito em prol de conquistar esse reconhecimento e respeito social, pois nosso trabalho tem muito valor”.

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