Saúde de Goiânia: Greve continua, próxima Assembleia na terça (28/4)

Foi aprovada em assembleia nesta sexta, 24/4, a continuidade da greve atendendo a decisão judicial.

Uma nova assembleia já ficou agendada para a próxima terça-feira , 28/4, às 8 horas, no Auditório Jaime Câmara da Câmara Municipal. “Agora vamos organizar a paralisação de 10% de cada unidade conforme a decisão da justiça, porque decisão da justiça a agente tem de cumprir”, explicou a presidente do Sinfargo Lorena Baía. De acordo com ela, os farmacêuticos no SUS continuam na luta pelos direitos adquiridos e em defesa da saúde da população, contra os desmandos da gestão municipal de Goiânia, junto com os demais servidores da saúde do município.

O objetivo é fazer com que a sociedade entenda que a luta não é só para reaver os direitos trabalhistas, que são legítimos, já que previstos em Lei, e já que todos trabalham pelo pão de cada dia. O principal é que a sociedade se sensibilize para o fato de que a Prefeitura precisa cuidar da rede básica, que está em situação precária ameaçando a segurança do servidor e do usuário. E que a Prefeitura assuma a sua responsabilidade com o cidadão e com o servidor.

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Movimento começou dia 13/4

Cansados das promessas não cumpridas pela Prefeitura de Goiânia,  das péssimas  condições de trabalho e de assistência ao usuário do SUS, entre as quais a constante falta de medicamentos e insumos, os trabalhadores da saúde, dentre eles os farmacêuticos, decidiram iniciar uma  greve a partir do dia 13 de abril,  buscando entre outras reivindicações  legítimas, o respeito ao Plano de Carreiras, Cargos e Vencimentos (PCCV); o pagamento da data-base com a retroatividade e a correção do Adicional de Insalubridade. ´

É importante lembrar que,  em abril de 2015,  várias unidades de saúde do município se encontram nas mesmas condições precárias ( sofrendo  com infiltrações, deficiência na rede elétrica, mofo, falta de medicamentos e outros problemas) que foram denunciados pelos sindicatos à Delegacia Regional do Trabalho durante a greve do ano passado ( em 2014).

Atendimento Farmacêutico

Conforme deliberado em Assembleia do Sinfargo realizada no dia 09/04/2015, no que tange à assistência farmacêutica, o atendimento de urgência e emergência desde o início do movimento paredista teve sua continuidade, não tendo sido  interrompido nas Unidades que prestam esse atendimento (Upa, Maternidade Dona Iris, Maternidade Nascer Cidadão, Samu, Pronto Socorro Wassily Chuc e Cais 24 horas).

Nessas Unidades, os Responsáveis Técnicos pela Farmácia  estão abastecendo normalmente as urgências e repondo diariamente o estoque de medicamentos, inclusive os que são utilizados no tratamento da dengue, tanto a nível hospitalar quanto ambulatorial – analgésicos, antitérmicos e sais de reidratação oral.  O abastecimento só não é feito no caso da falta de medicamentos, que é constante ( veja o quadro abaixo).  Mas é bom ressaltar que a responsabilidade de prover  de medicamentos ( itens essenciais à vida) nas unidades é da gestão municipal e não do trabalhador.

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O que foi suspenso nas  unidades por causa da greve dos farmacêuticos foi o procedimento ambulatorial da farmácia, ou seja a dispensação de medicamentos. Como alternativa de acesso aos medicamentos básicos, os usuários contam com mais de 100 pontos de dispensação do Programa Aqui Tem Farmácia Popular em Goiânia, além da rede própria da Farmácia Popular, que é administrada pela Prefeitura de Goiânia e não aderiu ao movimento paredista tendo seu funcionamento normal.

Funcionamento Ilegal – Sem Farmacêutico

Cumpre salientar ainda que, segundo dados da fiscalização do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (2015), 49% das Unidades de Saúde de Goiânia funcionam de forma ilegal, pois NÃO contam com assistência farmacêutica, contrariando o disposto na LEI Nº 13.021, DE 8 DE AGOSTO DE 2014, em seu Art. 6, que diz que:

Para o funcionamento das farmácias de qualquer natureza, exigem-se a autorização e o licenciamento da autoridade competente, além das seguintes condições:

I – ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento.

Lutar pela saúde da população! Lutar pelos direitos trabalhistas! lutar por um SUS com dignidade! Lutar com resistência, responsabilidade, coragem e força é o que fazemos e continuaremos a fazer sempre!

Saúde, Goiânia!!!

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